Como
decorrência desta proposta, em 1983, Stephen Hawking em colcaboração com o
norte-americano John Hartle iniciaram um programa sobre a origem dos tempos
conhecido por cosmologia quântica. Uma das ideias é que a função de onda
descreve um espaço-tempo sem fronteira espacial («no boundary proposal»).
Assim, quando retrocedemos no tempo até ao instante 7 inicial, a nossa noção de
tempo deixa de fazer sentido, e o tempo é apenas mais uma dimensão do tipo
espacial. Para entendermos isto, podemos imaginar alguém que vai ao Pólo Norte:
segue sempre para norte, mas ao atingir aquele ponto, o sentido Norte não tem
mais significado. De modo análogo, temos a noção de tempo a deixar de fazer
sentido, e a singularidade inicial é evitada. Isto dá lugar a uma geometria como
ilustrada na Fig. n.º 1.
A genialidade de Hawking era inegável, e sua teoria é sofisticadíssima. Com efeito; descobrindo o aspecto ovalado do início do processo de expansão do universo com seus cálculos integrais, Hawking quis descreditar uma força superior, metafísica e sobrenatural na formação do universo. Ou seja, para ele, Se Deus existisse, seu único papel seria o de estabelecer as condições iniciais do universo para que as leis pudessem existir. Seria como um programador, e após isso, somente observaria os resultados de sua criação.
A base ovalada do início da "singularidade" de Hawking, pode ser explicada pela física dos buracos negros; que são estrelas colapsadas que são tão densas que absolutamente nada, nem mesmo a luz é capaz de escapar da sua força gravitacional. Para Hawking, os buracos negros se condensam em "singularidades", com a absorção de tamanhas energias. Neste momento a gravidade é tão grande que distorce segundo ele o espaço / tempo; e em suas profundezas o tempo não existe. Com efeito, Hawking não exclui a ideia de que houve uma singularidade inicial (apesar de ignorar sua origem); apenas refuta que esta possível singularidade deu origem apenas ao universo padrão que conhecemos pós Big Bang. Para o cientista, com a constante expansão do universo, outros universos surgem o tempo todo, em um looping infinito de formação / expansão; e não é possível saber o início, uma vez que o tempo inexistia neste início. Destarte, nem mesmo ele descarta totalmente uma possível ação divina na formação do universo, apesar de ter se identificado como ateu por toda sua vida.
A questão é a seguinte; independente de o universo ter surgido da singularidade, e formado o universo como conhecemos em seu modelo padrão; ou dos "universos" estarem se expandindo e formando "vários outros" em um looping constante infinito, como acreditava o cientista; a questão é que de acordo com a 1ª Via de Santo Tomás de Aquino; esta supõe a existência do movimento no universo. Porém, um ser não move a si mesmo, só podendo, então, mover outro ou por outro ser movido. Assim, se retroagirmos ao infinito, não explicamos o movimento se não encontramos um primeiro motor que move todos os outros. Para a filosofia tomista, portanto, o Estado de Hartle hawking já nasceu morto. Reconhecer que a física quântica se comportou de forma não convencional como conhecemos na singularidade, é atestar que, naquele pequeno ovo primordial, que continha toda energia que formaria todo o universo, ou os “universos” (segundo Hawking), existiu sim a mão de um criador. Portanto, a teoria de Hartle Hawking, apesar de se esforçar para retirar Deus da equação da criação, apenas reforça a sua presença no processo. Lembrando em tempo que, o espaço e o tempo para Deus são insignificantes. A ciência nos ajuda a compreender a Fé; mas não se esqueça, o repouso da inteligência é a Fé!
GOMES C. ET AL. A Origem do
Universo. Disponível em : < https://web.ist.utl.pt/orfeu.bertolami/Origem_Universof.pdf > . Acesso em: 10/03/2021.
GRIPPER, P. “Não há possibilidade
de um Deus em nosso universo” acreditava Stephen Hawking. Disponível em:
< https://canaltech.com.br/espaco/nao-ha-possibilidade-de-um-deus-em-nosso-universo-acreditava-stephen-hawking-125024/
> . Acesso em: 10/03/2021.
KIEFER, Claus, SANDHOEFER,
Barbara, Quantum Cosmology, arXiv:0804.0672 [grqc], 2008.
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