Extrapolando
a simples razão; entendendo que o homem involuiu; gosto de pensar como éramos
antes desta queda. Sua inteligência hoje em potência, entrega portanto, que esteve um dia em ato. Com efeito, para além da inteligência; como era o cérebro e consequentemente o corpo do homem nesse período? Lembrando que não se pode separar o cérebro da inteligência; uma coisa existe em função da outra, dentro da realidade material que conhecemos.
Partindo do ponto que, o cérebro do homem, diferente da alma, adquiriu uma característica absurda de intelecção sem que precisasse, o que vai na contramão da Teoria da Evolução de Darwin; que relação pode ser feita entre uma inteligência em potência com relação ao cérebro em potência?
Não podemos nos esquecer de que primeiramente, a alma do homem; que obviamente extrapola o material, e que mesmo ocorrendo um rebaixamento intelectual; isso nos leva a conclusão que nossa alma permanece em ato. Para São Tomás de Aquino, deve haver uma conexão entre corpo e alma. E quando esta conexão acontece, é uma unidade. Segundo São Tomás; mesmo a alma sendo uma substância espiritual, que é diferente de Deus e dos anjos, por natureza ela tem uma união com o corpo. As funções vegetativas, sensitivas e intelectivas não sustentam uma triplicidade de almas, logo, o intelecto é a forma exclusiva de toda a vida humana, que compreende as funções sensitivas e vegetativas.
Assim, o corpo, a alma, e o intelecto podem ser considerados três coisas diferentes, mas para Tomás trata-se de um conjunto insubstituível e inseparáveis, pois, são eles que fazem o homem ser quem é. Do mesmo jeito que Deus é Pai, Filho e Espirito Santo e ao tirar um já não formam mais Deus então eles são três em um só, que formam uma unidade, pois ao separa-los Deus não existiria. Assim é o homem composto, mas é essa composição que o faz ser único.
O corpo e
a alma são vistos como peças diferentes que se encaixam perfeitamente como um
quebra cabeça, assim, cada alma tem seu corpo especifico para se unir não
havendo assim reencarnação (BOEHNER. 2003,p.469).
Com efeito, para além do cérebro, o corpo do homem, dentro da involução que sofreu, também evoluiu após isso. Os animais obviamente apenas evoluiram. Alguns exemplos da evolução do corpo do homem pós involução: dentes sisos, que em alguns não nascem mais. Órgãos vestigiais como o apêndice, que praticamente não possui nenhuma função prática. O cóccix que, no meu entender, é a prova mais contundente de que, no contexto geral da Teoria da Involução e da Teoria da Evolução, é a prova de que na queda do homem, existiu sim uma cauda; o que sinaliza que nosso corpo foi rebaixado ao nível dos animais. Dentro da evolução, a cauda assim como os demais órgãos vestigiais caiu e desuso e por isso hoje encontramos apenas seu vestígio.
O
metabolismo seria controlado pela mente de tal forma que, os sub e sobre pesos
jamais aconteceriam. Existiria uma equalização de um mínimo de nutrientes para
fazer rodar este organismo com eficiência; ou seja, o corpo responderia a uma
relação de causa e efeito em relação à inteligência; seríamos perfeitos? Se não
perfeitos; bem próximo disso! Então a face do homem nasceu para ser descoberta?
Acredito sinceramente que sim!
Concluo, portanto que, antes da desobediência inicial, a relação era: corpo (ato), alma (ato) e intelecto (ato). Hoje ela é: corpo (potência), alma (ato) e intelecto (potência). No volta de cristo, voltaremos, portanto a condição inicial, ou seja, corpo (ato), alma (ato) e intelecto (ato). Do mesmo modo que o corpo e o intelecto são diretamente proporcionais; no próximo movimento também serão.
TOMÁS DE AQUINO. A Unidade do Intelecto Contra os Averroistas. Edição bilíngue. Tradução de M. S. de Carvalho. Lisboa. Edições 70, 1999.
BOEHNER, Philotheus – Étienne Gilson. História da Filosofia Cristã. 8. ed. Trad. De Raimundo Vier. Petrópolis: Vozes, 2003.
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