E
de repente, um homem acordou em um belo gramado, cercado de flores, próximo a
um belo rio. O dia estava perfeito; ele olhou para o céu, e percebeu que apesar
do dia, não havia nenhum indício do sol. Começou então a caminhar pela extensa planície
gramada; andou, andou, andou, e finalmente viu ao longe outro homem, parecendo
estar tão perdido quanto ele. Ao se encontrarem, ele voltou-se para o outro
homem e perguntou: “Qual o seu nome?”. O homem respondeu: “O meu nome é
Einstein, Albert Einstein!”. Albert também perguntou: “E qual o seu nome?”. O
homem então respondeu: “Aristóteles, meu nome é Aristóteles!”.
Einstein disse: “Estranho, o único Aristóteles
que já ouvi dizer, viveu na Grécia Antiga; ele nasceu na cidade de Estagira,
por volta de 384 antes de Cristo” . Aristóteles estranhou, exclamou e perguntou:
“Coincidências a parte, eu também nasci em Estagira! E quem é Cristo, para
servir de referência temporal?”. Einstein imediatamente achou aquelas
indagações um tanto quanto absurdas; porém, continuaram os dois juntos
caminhando. Um pouco mais a frente, ao longe, visualizaram mais dois homens
caminhando em sua direção. Aproximando-se, Einstein olhou fixamente para um dos
dois e disse: “Eu conheço você! Não seria Georges Lamaître, o Padre?”. Georges respondeu:
“Sim, e você é com certeza Albert Einsten, o físico!”.
Einstein
disse: “Georges, este comigo é Aristóteles; e este que te acompanha quem é?”.
Georges respondeu: “Este é Antoine Lavoisier, o químico!”. Einstein: “Caríssimo;
quer dizer que o que te acompanha é o pai da química moderna?”. Georges: “Não
sei dizer nem como, nem porquê, mas sim, é ele!”. Georges perguntou a Einstein:
“Não estranharia em descobrir, que o Aristóteles que lhe acompanha, seria o
grande filósofo grego certo?”. Einstein apenas olhou para Aristóteles, que
espantado, apenas sinalizou que sim com a cabeça”. Aristóteles, absorto a
tamanha novidade, explanou: “Acredito que esta experiência não faz sentido
algum para nenhum dos que aqui conversam. Vejo que se conhecem, mas acreditem,
nunca ouví falar de nenhum de vocês!”. Lavoisier completou: “Sabemos de sua
existência pelos livros antigos Aristóteles; uma vez que, nascemos centenas de
anos mais tarde que tí!”.
Aristóteles
voltou-se para todos e perguntou: “Proponho que, enquanto andamos, possamos
conversar, para quem sabe, entendermos como e porquê de estarmos nesse misterioso lugar, pode ser?”.
Todos acenaram que sim com a cabeça, e continuaram então a caminhar e
conversar.
Aristóteles
continuou: “Proponho que cada um tente relembrar o que fez e onde estava antes
de aparecer aqui. Muito bem, logo após a queda do meu estimado aluno
Alexandre o Grande, filho de Felipe II da Macedônia, para não acabar como o mestre do meu
mestre, Sócrates; fugi de Atenas para a ilha de Calcis, onde minha mãe tinha
uma casa. Fiz isso, porque não podia permitir que os atenienses pecassem duas
vezes contra a filosofia. Permaneci na ilha por um
longo tempo; adoeci, e a partir de então, não me lembro de mais nada”.
Antoine
Lavoisier explanou: “Estava eu na França, feliz por defender a comunidade
científica minha teoria sobre a conservação das massas. Infelizmente, pouco
depois, explodiu a enfadonha revolução francesa. Era um coletor de impostos;
tão logo, não era bem visto por ninguém. Nos tempos livres, realizava meus
experimentos. Lembro-me perfeitamente quando fui condenado a morte pela guilhotina
por fraude. Lembro-me de ser levado de mãos atadas, e de ver o carrasco
encaixar minha cabeça na guilhotina; após isso, não me lembro de mais nada.
Georges
Lamaître explanou: “Lembro-me de estar no auge, era professor, ministrava
palestras por todo o mundo. Defendi à comunidade científica minha teoria da
expansão do universo, ou seja, a teoria do Ovo Cósmico. Pelas observações e
cálculos matemáticos, tudo indica que o universo originou-se de um único ponto,
que eu chamei de Ovo Cósmico. Meu amigo Einstein, lembro-me de ter te
encontrado em uma das várias conferências mundo a fora. Lembro-me de ter que
ouvir de você que minha teoria matematicamente era impressionante; mas que
fisicamente era uma tragédia. Lembro-me também de ter acompanhado as notícias
sobre a sua morte em 1955. Por fim, lembro-me de ter sofrido de leucemia,
doença sem cura, rapidamente definhei, daí por diante, não me lembro de mais
nada!”.
Albert
Einstein explanou: “Lembro-me da tristeza que eu senti, quando vi que o fruto de
meus estudos sobre fissão nuclear foram utilizados para construir bombas; e
pior, de viver para ver duas cidades serem aniquiladas por inteiro por elas.
Lembro-me de ter publicado mais de 300 trabalhos científicos e 150 obras não
científicas. Lembro-me que sofria de arteriosclerose. Sentia muitas dores na
vesícula. Lembro-me que acompanhado do meu médico, o Drº Guy K. Dean para o
hospital de Princeton, nos EUA, onde passei muito mal, e a partir daí não me
lembro de mais nada.
Caminhando
lentamente, juntos após as explanações, um grande silêncio perdurou.
Aristóteles o quebrou pouco tempo depois dizento: “Não me resta nenhuma dúvida
que estamos todos mortos, ou estávamos. Com efeito, pergunto, como é possível
estarmos aqui?”. Lavoisier respondeu: “Pela minha lei da conservação das
massas; todos os átomos que compuseram nossos corpos antes da nossa morte,
foram depositados no ambiente, em forma de gases, carbono e cinzas. É certo
que, por meios naturais seria impossível que os átomos resultantes da
decomposição dos nossos corpos, se rearranjassem novamente e formasse novamente
nosso corpo. Uma coisa é separar da água os átomos de hidrogênio e oxigênio; para depois recombinar os mesmos átomos para
formar novamente a água. Outra coisa é juntar um punhado de átomos para formar
uma vida outrora existente.”
Enstein disse: “Vocês estão dizendo que, quem nos trouxe de volta a vida só pode ter sido um Ente superior? Ora bolas, não acredito; Deus não é para mim mais que a expressão e o produto da fraqueza humana”. Aristóteles lhe perguntou: “Einstein, então diga-nos, como tudo isso é possível sob a luz da ciência?”. Einstein disse: “Acredito que minha teoria sobre o buraco de minhoca seria capaz de explicar isso. Um buraco de minhoca deveria ser capaz de conectar locais distantes no universo, criando um atalho através do espaço/tempo, permitindo viajar entre eles mais rápido que a luz levaria para transitar por todo o espaço normal”. Aristóteles perguntou: “Einstein, aprecio sua inteligência; seu raciocínio. Meu conhecimento sobre o espaço é tão limitado quanto nossa percepção por esta realidade. Mas que interesse teria o universo, em criar um buraco de minhoca, e reunir aqui grandes notáveis da ciência; que dialogando abaixo de um céu iluminado; e que não possui sequer um astro como fonte de calor; como o acaso científico poderia gerar tamanha proeza? Não gosto de me pautar pela pura razão; mas principalmente pela experimentação. Com efeito, como não tenho como experimentar nada neste caso; acredito que os ensinamentos de Sócrates e sua Maiêutica pode nos dar um caminho. Sabemos que foi relatado aqui, que o último a morrer foi nosso nobre amigo Lamaître. Então a teoria mais aceita dentre os notáveis que aqui estão é a dele; ou seja, a teoria do chamado Ovo Cósmico. Entretanto, de acordo com o nosso amigo Lavoisier, na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma. Com efeito, se na natureza nada se perde, nada se cria; o que se transformou portanto no Ovo Cósmico???” Einstein completou: “Realmente, até onde me lembro, a teoria da conservação das massas de Lavoisier nunca tinha sido refutada e era aceita no meu período. Então se toda a matéria existente saiu da energia de um único ponto e se expandiu e se expande o tempo todo; então, uma quantidade de energia incalculável, inimaginável segundo Lamaître, se transformou nesta singularidade ou Ovo Cósmico. Porque se na natureza, nada se cria, nada se perde, algo se transformou nesta singularidade certo? Agora, como uma quantidade incalculavelmente quente, densa e instável poderia naturalmente se transformar em energia pura, comprimida dentro de uma estrutura do tamanho de um átomo? Seria impossível; seria como querer comprimir toda energia resultante de uma explosão atômica, logo assim que se expandisse, em um ponto do tamanho de um átomo; seria naturalmente impossível.”.
Aristóteles
valendo-se da Maiêutica Socrática concluiu: “Não gosto de conclusões oriundas
apenas por racionalizações. Contudo, levando em consideração tudo que este
grupo de notáveis explanou, e confiantes em seus métodos, sendo os mais aceitos
até onde se entende na comunidade científica; acredito que, pela razão, que
realmente tudo veio do Ovo Primordial; e que a lei da conservação das massas de
Lavoisier se aplica a tudo no mundo material; menos em relação a formação Ovo
Primordial; não há outra explicação; um Ente superior formou tal Ovo
Primordial. Este Ente, possivelmente nos reuniu aqui, por alguma razão. O fato
é que, é inevitável concluir que, depois de tudo isso, acima do natural, existe o sobrenatural, acima do
físico, existe o metafísico, e que acima do homem, existe um Ente criador do
próprio homem”.
Todos surpresos com as conclusões de Aristóteles, pararam de caminhar, olharam uns para os outros, e em meio ao frenesi inevitavelmente gerado; surgiu uma poderosa Voz, que lhes disse: “Vocês estão aqui porque eu quis. Eu sou o Deus único, Senhor Deus do Universo. Se vocês, notáveis da humanidade juntos, chegaram a conclusão de que a ciência não está na contramão da Fé, acham portanto, que os que acompanham suas obras chegarão a conclusões diferentes? Se existe a razão, é porque algo superior a ela a criou! Se existe a lógica, algo superior a ela a criou! Se existe a matéria, algo superior a ela a criou! Se existe o espaço/tempo, algo superior a eles o criaram! Se existe o homem, algo superior a ele o criou! O sentido da existência das coisas e do homem não estão neles próprios; mas fora deles.
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