A resposta é sim! Contudo, se você acha que pode ser uma pessoa virtuosa apenas pelo seu próprio esforço; engana-se. Assim como o sentido das coisas não estão nelas próprias, mas fora delas; o sentido da vida portanto, não está nela, mas fora dela, em Deus. Com efeito, o sentido da virtude não está nela própria, mas fora dela. Sem o desenvolvimento das virtudes morais e teologais, alicerçadas na caridade e na prudência, jamais alcançaríamos uma vida autenticamente virtuosa.
“A virtude designa certa perfeição da
potência. Mas a perfeição de uma coisa é considerada, principalmente, em ordem
do seu fim. Ora, o fim da potência é o ato. Portanto, a potência será perfeita
na medida em que é determinada por seu ato. As potências racionais próprias do
homem não são determinadas a uma coisa só, antes se prestam,
indeterminadamente, a muitas coisas. Ora, é pelos hábitos que elas se
determinam aos atos. Por isso as virtudes humanas são hábitos.” (Suma
Teológica, Iª seção, IIª parte, q. 55 a.1).
“O filósofo define o hábito como uma
disposição segundo a qual alguém se dispõe bem ou mal, e no livro II da Ética,
diz que é segundo os hábitos que nos comportamos em relação com as paixões, bem
ou mal. Quando, pois, é um modo em harmonia com a natureza da coisa, então tem
a razão de bem; e quando em desarmonia, tem a razão de mal.” (Suma Teológica,
Iª seção, IIª parte, q. 49 a.2).
“...para compreender a sindérese é preciso
considerar que o raciocínio humano, sendo uma espécie de movimento, procede da
intelecção de algumas coisas naturalmente conhecidas sem pesquisa racional como
um princípio imóvel e termina igualmente em uma intelecção , na medida em que,
mediante princípios naturalmente conhecidos por si mesmos (hábito natural),
julgamos as conclusões que encontramos raciocinando, no caso da razão prática,
sobre as coisas que tem relação com a ação.”(Aquino, Tomás de. Suma Teológica.
Iª Iªe, V.II, Q. 79, a. 12. São Paulo: Loyola, 2004)
“assim como nos dispomos a proceder retamente
em relação aos princípios universais, pelo intelecto naturalmente, ou pela
ciência habitual, assim também, para nos dispormos bem em relação aos princípios
particulares de nossas ações, que são os fins, é preciso que sejamos
aperfeiçoados por certos hábitos que, de alguma forma nos tornam conatural o
correto julgamento do fim. E isso se faz pela virtude moral, porque o virtuoso
julga retamente sobre o fim da virtude. Logo, a razão reta do agir, ou seja, a
Prudência, exige que o homem tenha a virtude moral”. (Aquino, Tomás de. Suma
Teológica. Iª IIªe, v.IV, Q. 58, a. 5. São Paulo: Loyola, 2004)
“... pois são quatro os sujeitos da virtude
que estamos falando aqui, a saber: o racional por essência, que a Prudência
aperfeiçoa, e o racional por participação, que se divide em três, ou seja, a
vontade, sujeito da justiça; o apetite concupiscível, sujeito da temperança e o
irascível, sujeito da fortaleza.” (Aquino, Tomás de. Suma Teológica. Iª IIªe,
v.IV, Q. 61, a. 2. São Paulo: Loyola, 2004)
“É necessário, pois, que lhes sejam
acrescentados por Deus certos princípios pelos quais ele se ordene a
bem-aventurança sobrenatural, tal como está ordenado ao fim que lhe é conatural
por princípios naturais que, porém, não excluem o auxílio divino. Ora, esses
princípios se chamam virtudes teologais, 655 Nota de rodapé da Suma, v. IV,
q.57, a.2. Edições Loyola, p. 117. 1687 primeiro por terem Deus como objeto, no
sentido que nos orientam retamente para ele; depois por serem infundidos só por
Deus; e, finalmente, porque essas virtudes são transmitidas unicamente pela
revelação divina, na sagrada escritura”. (Aquino, Tomás de. Suma Teológica. Iª
IIªe, v.IV, Q. 62, a. 1. São Paulo: Loyola, 2004)
“Primeiramente, no que diz respeito ao
intelecto, são acrescentados ao homem e apreendidos por iluminação divina
alguns princípios sobrenaturais, que são o conjunto do que se deve crer, o
objeto da fé; em segundo lugar, a vontade se ordena para o fim sobrenatural,
seja pelo movimento de intenção que tende parta esse fim, como para algo
possível de se obter e isso é a esperança; seja por uma união espiritual, pela
qual a vontade é de certa forma transformada nesse fim, o que se concretiza na
caridade. (Aquino, Tomás de. Suma Teológica. Iª IIªe, v.IV, Q. 62, a. 3. São
Paulo: Loyola, 2004)
“A esperança faz com que o homem se ligue a
Deus, enquanto ele é para nós princípio da bondade perfeita, enquanto pela
esperança apoiamo-nos no auxílio divino para obter a bem-aventurança eterna.”
(Aquino, Tomás de. Suma Teológica. IIª IIªe, v.V, Q. 17, a. 6. São Paulo:
Loyola, 2004)
“Daí resulta que a caridade é mais excelente
que a fé e a esperança e, por conseguinte, que todas as outras virtudes. Assim
também a prudência, que alcança a razão em si mesma, é também mais excelente
que as outras virtudes morais, as quais alcançam a razão na medida em que a
prudência se constitui como meio termo nas operações ou paixões humanas.”
(Aquino, Tomás de. Suma 1690 Teológica. IIª IIªe, v.V, Q. 23, a. 6. São Paulo:
Loyola, 2004)
AQUINO, Tomás de. Suma Teológica. IIª Seção da IIª Parte,
Introdução e notas das virtudes teologais por Antonin-Marcel Henri e da
prudência por Albert Raulin. São Paulo: Loyola, 2004.
AQUINO, Tomás de. Suma Teológica. Volume I, III e IV. São
Paulo: Loyola, 2004.
A resposta é sim! Veja o que diz São Tomás de Aquino:
A resposta é sim! Veja o que diz São Tomás de Aquino:
0 comments: