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sexta-feira, 9 de agosto de 2019

A PRUDÊNCIA E A CARIDADE SÃO OS ALICERCES DAS VIRTUDES?


A resposta é sim! Contudo, se você acha que pode ser uma pessoa virtuosa apenas pelo seu próprio esforço; engana-se. Assim  como o sentido das coisas não estão nelas próprias, mas fora delas; o sentido da vida portanto, não está nela, mas fora dela, em Deus. Com efeito, o sentido da virtude não está nela própria, mas fora dela. Sem o desenvolvimento das virtudes morais e teologais, alicerçadas na caridade e na prudência, jamais alcançaríamos uma vida autenticamente virtuosa.

“A virtude designa certa perfeição da potência. Mas a perfeição de uma coisa é considerada, principalmente, em ordem do seu fim. Ora, o fim da potência é o ato. Portanto, a potência será perfeita na medida em que é determinada por seu ato. As potências racionais próprias do homem não são determinadas a uma coisa só, antes se prestam, indeterminadamente, a muitas coisas. Ora, é pelos hábitos que elas se determinam aos atos. Por isso as virtudes humanas são hábitos.” (Suma Teológica, Iª seção, IIª parte, q. 55 a.1).

“O filósofo define o hábito como uma disposição segundo a qual alguém se dispõe bem ou mal, e no livro II da Ética, diz que é segundo os hábitos que nos comportamos em relação com as paixões, bem ou mal. Quando, pois, é um modo em harmonia com a natureza da coisa, então tem a razão de bem; e quando em desarmonia, tem a razão de mal.” (Suma Teológica, Iª seção, IIª parte, q. 49 a.2).  

“...para compreender a sindérese é preciso considerar que o raciocínio humano, sendo uma espécie de movimento, procede da intelecção de algumas coisas naturalmente conhecidas sem pesquisa racional como um princípio imóvel e termina igualmente em uma intelecção , na medida em que, mediante princípios naturalmente conhecidos por si mesmos (hábito natural), julgamos as conclusões que encontramos raciocinando, no caso da razão prática, sobre as coisas que tem relação com a ação.”(Aquino, Tomás de. Suma Teológica. Iª Iªe, V.II, Q. 79, a. 12. São Paulo: Loyola, 2004)

“assim como nos dispomos a proceder retamente em relação aos princípios universais, pelo intelecto naturalmente, ou pela ciência habitual, assim também, para nos dispormos bem em relação aos princípios particulares de nossas ações, que são os fins, é preciso que sejamos aperfeiçoados por certos hábitos que, de alguma forma nos tornam conatural o correto julgamento do fim. E isso se faz pela virtude moral, porque o virtuoso julga retamente sobre o fim da virtude. Logo, a razão reta do agir, ou seja, a Prudência, exige que o homem tenha a virtude moral”. (Aquino, Tomás de. Suma Teológica. Iª IIªe, v.IV, Q. 58, a. 5. São Paulo: Loyola, 2004)

“... pois são quatro os sujeitos da virtude que estamos falando aqui, a saber: o racional por essência, que a Prudência aperfeiçoa, e o racional por participação, que se divide em três, ou seja, a vontade, sujeito da justiça; o apetite concupiscível, sujeito da temperança e o irascível, sujeito da fortaleza.” (Aquino, Tomás de. Suma Teológica. Iª IIªe, v.IV, Q. 61, a. 2. São Paulo: Loyola, 2004)

“É necessário, pois, que lhes sejam acrescentados por Deus certos princípios pelos quais ele se ordene a bem-aventurança sobrenatural, tal como está ordenado ao fim que lhe é conatural por princípios naturais que, porém, não excluem o auxílio divino. Ora, esses princípios se chamam virtudes teologais, 655 Nota de rodapé da Suma, v. IV, q.57, a.2. Edições Loyola, p. 117. 1687 primeiro por terem Deus como objeto, no sentido que nos orientam retamente para ele; depois por serem infundidos só por Deus; e, finalmente, porque essas virtudes são transmitidas unicamente pela revelação divina, na sagrada escritura”. (Aquino, Tomás de. Suma Teológica. Iª IIªe, v.IV, Q. 62, a. 1. São Paulo: Loyola, 2004)

“Primeiramente, no que diz respeito ao intelecto, são acrescentados ao homem e apreendidos por iluminação divina alguns princípios sobrenaturais, que são o conjunto do que se deve crer, o objeto da fé; em segundo lugar, a vontade se ordena para o fim sobrenatural, seja pelo movimento de intenção que tende parta esse fim, como para algo possível de se obter e isso é a esperança; seja por uma união espiritual, pela qual a vontade é de certa forma transformada nesse fim, o que se concretiza na caridade. (Aquino, Tomás de. Suma Teológica. Iª IIªe, v.IV, Q. 62, a. 3. São Paulo: Loyola, 2004)

“A esperança faz com que o homem se ligue a Deus, enquanto ele é para nós princípio da bondade perfeita, enquanto pela esperança apoiamo-nos no auxílio divino para obter a bem-aventurança eterna.” (Aquino, Tomás de. Suma Teológica. IIª IIªe, v.V, Q. 17, a. 6. São Paulo: Loyola, 2004)

“Daí resulta que a caridade é mais excelente que a fé e a esperança e, por conseguinte, que todas as outras virtudes. Assim também a prudência, que alcança a razão em si mesma, é também mais excelente que as outras virtudes morais, as quais alcançam a razão na medida em que a prudência se constitui como meio termo nas operações ou paixões humanas.” (Aquino, Tomás de. Suma 1690 Teológica. IIª IIªe, v.V, Q. 23, a. 6. São Paulo: Loyola, 2004)


AQUINO, Tomás de. Suma Teológica. IIª Seção da IIª Parte, Introdução e notas das virtudes teologais por Antonin-Marcel Henri e da prudência por Albert Raulin. São Paulo: Loyola, 2004.

AQUINO, Tomás de. Suma Teológica. Volume I, III e IV. São Paulo: Loyola, 2004.      

A resposta é sim! Veja o que diz São Tomás de Aquino:






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