𝐹𝑖𝑙𝑜𝑠𝑜𝑓𝑖𝑎, 𝑇𝑒𝑜𝑙𝑜𝑔𝑖𝑎 𝑒 𝐶𝑢𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑒𝑚 𝐺𝑒𝑟𝑎𝑙!

sexta-feira, 11 de maio de 2018

TÉCNICAS DE MEMORIZAÇÃO – PARTE 6


Se você não gosta de ler; é hora de mudar isso; como disse, o método é eficiente, mas nada é de graça, tudo tem seu preço. Ao ver os resultados acontecerem logo nas primeiras experimentações, esses mesmos resultados servirão de incentivo para fazê-lo continuar. Você vai perceber que os olhos não podem ver quando o cérebro está ausente. E ele por certo não esta presente quando você larga mecanicamente as coisas em qualquer lugar. A atenção leva você a pensar naquilo que está fazendo, durante frações de segundo. Isso é o bastante para que seu cérebro marque presença e dê atenção ao que você esta realizando. Aí os olhos vêem o que foi feito e o cérebro registra a proeza.
            Afinidade de pensamentos está ligada a objetos semelhantes ou parcialmente iguais. Quando pensamos em Alexandre, lembramos de César. Uma anedota puxa outra, etc. Todas as idéias que são propriedades de uma mesma mente estão – direta ou indiretamente – associadas. Não fosse assim, elas seriam isoladas e inúteis. Portanto, é falsa a idéia que se tem de memória fraca. Não existe má memória. O que existe é memória treinada ou não.
            Quase toda memória destreinada é unilateral, ou seja: não está ainda capacitada a coordenar fatos. Há pessoas que se lembram de nomes e rostos, mas esquecem, por exemplo, números de telefones. Outras gravam números com facilidade, mas não conseguem recordar o nome das pessoas com quem precisam falar.
            Só se consegue lembrar-se de alguma coisa que tenha sido observada antes. Depois é preciso associá-la, na mente, a algo que já conhecemos e de que nos lembramos. No que diz respeito à memória, a associação consiste simplesmente, em duas ou mais observações, ligadas umas às outras. Quando conseguimos lembrar algo, isso se deve ao fato de que, inconscientemente, o associamos a outro fato qualquer.
            A memória trabalha baseada, principalmente, em imagens mentais. Essas imagens são mais facilmente registradas no cérebro se você as tornar ridículas e ilógicas. Você esta caminhando pela calçada quando um carro bate no pára-choque traseiro do carro da frente. Foi uma batida insignificante, quase nem barulho fez. Você só notou por que aconteceu do seu lado, menos de um metro distante de você. O fato teve tão pouca importância que os motoristas envolvidos no incidente sequer desceram para verificar se houve danos. Você dá uma olhada rápida, constata que não aconteceu nada de mais, e segue seu caminho. Menos de um minuto depois, você nem lembra mais que presenciou um acidente ao seu lado. O fato não foi suficientemente importante para ser registrado em seu cérebro.
            Agora você está andando pela calçada, quando vê um carro desgovernado aproximar-se em grande velocidade. A roda direita bate na guia, o veículo projeta-se no ar, passa por cima de um automóvel, bate no carro seguinte e capota, raspando o teto no asfalto. Você se impressiona com a quantidade de fagulhas que se desprendem pelo atrito. Sem perder a velocidade ele se choca com outro carro, voa por sobre ele e vai cair, com as rodas para cima, sobre um ônibus que trafegava em sentido contrário. Na confusão, outros carros se chocam. Você ouve o barulho das batidas, de vidros quebrados, o ruído de pneus sendo freados, enquanto vê o ônibus rodar por mais alguns metros, carregando sobre o seu teto, o veículo acidentado, com as rodas para cima e ainda girando no ar. Foi um acidente monumental. Dificilmente você verá outro tão espetacular, não é verdade?
É quase certo que você jamais esquecerá essa cena. Ela foi tão inusitada e fora do comum – ridícula, até – que seu cérebro vai registrá-la fortemente, levando você a relembra-la a todo instante, por algum tempo.
            Isso ocorreu porque o fato se deu de maneira ilógica e ridícula. Algo que você jamais havia presenciado e, portanto, ainda não registrado em seu cérebro. No primeiro caso você não registrou a cena porque ela é comum, corriqueira, banal e sem conseqüências. Já no segundo exemplo, foi algo fora do comum, inédito para você. Durante muito tempo você vai ter assunto para comentar com os amigos. Essa é uma das técnicas que você vai usar para lembrar-se de tudo o que for necessário. A técnica chama-se encadeamento.

Continua...
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