Se você não gosta de
ler; é hora de mudar isso; como disse, o método é eficiente, mas nada é de
graça, tudo tem seu preço. Ao ver os resultados acontecerem logo nas primeiras
experimentações, esses mesmos resultados servirão de incentivo para fazê-lo
continuar. Você vai perceber que os olhos não podem ver quando o cérebro está
ausente. E ele por certo não esta presente quando você larga mecanicamente as
coisas em qualquer lugar. A atenção leva você a pensar naquilo que está fazendo,
durante frações de segundo. Isso é o bastante para que seu cérebro marque presença
e dê atenção ao que você esta realizando. Aí os olhos vêem o que foi feito e o cérebro
registra a proeza.
Afinidade de pensamentos está ligada a
objetos semelhantes ou parcialmente iguais. Quando pensamos em Alexandre,
lembramos de César. Uma anedota puxa outra, etc. Todas as idéias que são
propriedades de uma mesma mente estão – direta ou indiretamente – associadas.
Não fosse assim, elas seriam isoladas e inúteis. Portanto, é falsa a idéia que
se tem de memória fraca. Não existe má memória. O que existe é memória treinada
ou não.
Quase toda memória destreinada é
unilateral, ou seja: não está ainda capacitada a coordenar fatos. Há pessoas
que se lembram de nomes e rostos, mas esquecem, por exemplo, números de
telefones. Outras gravam números com facilidade, mas não conseguem recordar o
nome das pessoas com quem precisam falar.
Só se consegue lembrar-se de alguma
coisa que tenha sido observada antes. Depois é preciso associá-la, na mente, a
algo que já conhecemos e de que nos lembramos. No que diz respeito à memória, a
associação consiste simplesmente, em duas ou mais observações, ligadas umas às
outras. Quando conseguimos lembrar algo, isso se deve ao fato de que,
inconscientemente, o associamos a outro fato qualquer.
A memória trabalha baseada,
principalmente, em imagens mentais. Essas imagens são mais facilmente
registradas no cérebro se você as tornar ridículas e ilógicas. Você esta
caminhando pela calçada quando um carro bate no pára-choque traseiro do carro
da frente. Foi uma batida insignificante, quase nem barulho fez. Você só notou
por que aconteceu do seu lado, menos de um metro distante de você. O fato teve
tão pouca importância que os motoristas envolvidos no incidente sequer desceram
para verificar se houve danos. Você dá uma olhada rápida, constata que não
aconteceu nada de mais, e segue seu caminho. Menos de um minuto depois, você
nem lembra mais que presenciou um acidente ao seu lado. O fato não foi
suficientemente importante para ser registrado em seu cérebro.
Agora você está andando pela
calçada, quando vê um carro desgovernado aproximar-se em grande velocidade. A
roda direita bate na guia, o veículo projeta-se no ar, passa por cima de um
automóvel, bate no carro seguinte e capota, raspando o teto no asfalto. Você se
impressiona com a quantidade de fagulhas que se desprendem pelo atrito. Sem
perder a velocidade ele se choca com outro carro, voa por sobre ele e vai cair,
com as rodas para cima, sobre um ônibus que trafegava em sentido contrário. Na
confusão, outros carros se chocam. Você ouve o barulho das batidas, de vidros
quebrados, o ruído de pneus sendo freados, enquanto vê o ônibus rodar por mais
alguns metros, carregando sobre o seu teto, o veículo acidentado, com as rodas
para cima e ainda girando no ar. Foi um acidente monumental. Dificilmente você
verá outro tão espetacular, não é verdade?
É quase certo que você
jamais esquecerá essa cena. Ela foi tão inusitada e fora do comum – ridícula,
até – que seu cérebro vai registrá-la fortemente, levando você a relembra-la a
todo instante, por algum tempo.
Isso ocorreu porque o fato se deu de
maneira ilógica e ridícula. Algo que você jamais havia presenciado e, portanto,
ainda não registrado em seu cérebro. No primeiro caso você não registrou a cena
porque ela é comum, corriqueira, banal e sem conseqüências. Já no segundo
exemplo, foi algo fora do comum, inédito para você. Durante muito tempo você
vai ter assunto para comentar com os amigos. Essa é uma das técnicas que você
vai usar para lembrar-se de tudo o que for necessário. A técnica chama-se
encadeamento.
Continua...
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