“No começo do seu ministério Jesus escolheu doze homens que o
acompanhassem em suas viagens. Teriam esses homens uma importante
responsabilidade: Continuariam a representá-lo depois de haver ele voltado para
o céu. A reputação deles continuaria a influenciar a igreja muito depois de
haverem morrido. Por conseguinte, a seleção dos Doze foi de grande
responsabilidade. “Naqueles dias retirou-se para o monte a fim de orar, e
passou a noite orando a Deus. E quando amanheceu, chamou a si os seus
discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome de
apóstolo” (Lc 6.12-13). A maioria dos apóstolos era da região de
Cafarnaum, desprezada pela sociedade judaica refinada por ser o centro de uma
parte do estado judaico e conhecida, em realidade, como “Galiléia dos gentios”.”
Muitas
são as razões que fizeram Jesus escolher os doze apóstolos, sendo a primeira
delas, a necessidade que Ele tinha de instituir a Igreja, que continuaria sua
obra de redenção no mundo. Todavia como está na citação acima, a maioria dos apóstolos era da região de Cafarnaum, desprezada pela
sociedade judaica. Os chamados fariseus, eram segregados da população geral, segundo eles, a grande massa vivia na ignorância religiosa e política. Os fariseus
aspiravam à realização da Lei de Moisés e das “tradições dos maiores”, todavia
o que fizeram foi promover uma deformação da Lei. Deus Na sua infinita
misericórdia, ao contrário do que os fariseus esperavam, não envia um rei para
este mundo, ou seja, um novo rei Davi; mas sim envia Jesus, 100% homem e 100%
Deus. Se fez carne e habitou entre nós, porém pobre, e os discípulos não
fugiram desta realidade querida por Deus no projeto de salvação dos homens.
Ressalto
a situação dos doze apóstolos com relação aos fariseus, justamente porque todo
o conhecimento das escrituras estavam no poder dos segundos. Com efeito, podemos discernir
sem dificuldade, que os apóstolos de forma geral, não eram “cultos” como os
fariseus; todavia, Jesus os escolheu; os humildes e fiéis. Destarte, pergunto:
como poderiam os 12 apóstolos continuarem o ministério de Cristo sendo pessoas
tão simples e sem conhecimento aprofundado das leis? Digo isso, porque, até
mesmo muitos ateus reconhecem a elevada sofisticação dos livros do novo testamento,
e dos respectivos evangelhos!
Em sequência, arremetendo a hipótese apresentada
no artigo: “Teoria da Involução”; que defende a idéia que já tivemos uma
inteligência superior antes da primeira desobediência, e que a perdemos ou
fomos limitados em seu amplo espectro; participando da Missa do III Domingo da
Páscoa escutando o evangelho de Lucas, tive um insight.
Lucas 24,44-49 – Últimas instruções aos apóstolos -
Depois disse-lhes: "São estas as palavras que eu vos falei, quando ainda
estava convosco: era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim
na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos". Então abriu-lhes a mente para
entendessem as Escrituras, e disse-lhes: "Assim está escrito que o Cristo
devia sofrer e ressuscitar dos mortos ao terceiro dia, e que, em seu Nome,
fosse proclamado o arrependimento para a remissão dos pecados a todas as
nações, a começar por Jerusalém. Vós sois testemunhas disso. Eis que eu
enviarei sobre vós o que meu Pai prometeu. Por isso, permanecei na cidade até
serdes revestidos da força do Alto". Palavra da Salvação!
Com efeito, quando o Evangelho de Lucas diz
que Jesus abriu a mente dos discípulos, podemos concluir obviamente que ela estava fechada. Podemos racionalizar que os apóstolos antes da aparição de
Jesus, claro, herdeiros do pecado original, não gozavam do amplo espectro intelectual.
Jesus tendo a natureza divina, abriu-lhes a mente, claro que de forma sobrenatural,
a ponto de capacitá-los para a grande missão de entender tudo que foi deixado
pelos Profetas e por Moisés, materializando em Jesus, o verbo encarnado o
cumprimento de todas as profecias e do real sentido da salvação.
Pergunto, portanto: Jesus abriu a mente dos
apóstolos em sua total capacidade? Abriu parcialmente? É impossível saber ao
certo! Com efeito, deixa claro que em maior ou menor espectro, Jesus abriu o
cadeado que trancava a inteligência deles (inteligência que foi limitada segundo a teoria da involução), a ponto de levarem Sua missão adiante,
passando todas as informações inicialmente pela tradição, e em sequência pelas
escrituras que deram origem ao novo testamento. Seria portanto, a passagem do Evangelho de
Lucas 24, uma pista de como éramos antes da desobediência inicial, como ficamos depois é como ficamos depois da volta de Cristo? Acredito que sim!
Os Doze
Apóstolos. Disponível em: < http://cleofas.com.br/os-12-apostolos/
>. Acesso em: 16/04/2018.
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