𝐹𝑖𝑙𝑜𝑠𝑜𝑓𝑖𝑎, 𝑇𝑒𝑜𝑙𝑜𝑔𝑖𝑎 𝑒 𝐶𝑢𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑒𝑚 𝐺𝑒𝑟𝑎𝑙!

terça-feira, 3 de abril de 2018

ESPIRITISMO


Texto de Padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior.

“Segundo a Federação Espírita do Brasil, o "espiritismo é o conjunto de princípios e de leis, revelados pelos Espíritos Superiores, contidos nas obras de Allan Kardec que constituem a Codificação Espírita". A revelação é por eles obtida pela invocação dos mortos, cujos espíritos seriam aqueles mencionados na definição. Esta é só a primeira das muitas incompatibilidades existentes entre o espiritismo e o cristianismo.
            De forma prática, um espírita não pode ser considerado cristão pois não crê nas verdades básicas do Cristianismo. Basta observar rapidamente os princípios que o regem para perceber a enorme diferença entre ambos.
            A Sagrada Escritura, para eles, é um documento histórico que contém aspectos de verdade. Um livro cujo conteúdo moral deve ser seguido. A Palavra de Deus, para os católicos, é uma pessoa. É Jesus Cristo, que se fez carne e habitou entre nós. A Bíblia é uma forma de transmitir e receber a presença da pessoa que é Jesus. Ele é a Revelação do Pai. É o centro, o cume e o ápice da revelação divina, pois é o próprio Deus.
            Da mesma forma, os católicos creem que Jesus Cristo é Deus Encarnado. A segunda pessoa da Santíssima Trindade. O homem não poderia, por sua própria capacidade, alcançar Deus, ir até Ele. Assim, em sua infinita bondade e misericórdia, Deus se fez homem e habitou entre nós, na pessoa de Jesus Cristo.
            A Igreja, para os católicos, é o Corpo de Cristo. Jesus é a cabeça e a Igreja é o seu corpo vivo inserido na história. Para estar em plena sintonia com Cristo é preciso ser membro da Igreja. Assim, o Cristianismo não é apenas uma doutrina, mas um acontecimento, pois o próprio Deus encarnado irrompe na história temporal e se encontra com o homem.
            Além disso, Jesus Cristo é o Salvador. A sua morte na Cruz significa a redenção. Nas religiões pagãs é o próprio homem quem se salva; por isso, o espiritismo pode ser encaixado como pagão, ao pregar a reencarnação.
             Trata-se de um outro mundo, completamente diferente. O espiritismo é o avesso do cristianismo. Não é possível ser católico e espírita, pois estes últimos não são cristãos, eles não acreditam que Jesus seja Deus, que Ele morreu e ressuscitou, que é o Salvador do mundo, não acreditam na Igreja, nos sacramentos, nos demônios - que para eles seriam apenas almas desencarnadas num estágio inferior -, nem nos anjos - que seriam apenas almas desencarnadas num estágio superior -, nem mesmo na intercessão dos santos, nem num lugar de destaque onde estão os santos e santas de Deus. Enfim, é tudo muito diferente.
            Se é assim, por que tantos espíritas se dizem católicos? Por desonestidade dos dirigentes, os quais usam a propaganda de que não há incompatibilidade para 'pescar' católicos ingênuos e mal formados.
            Seria muito salutar para ambos os lados se fosse informada a realidade pungente de que existe sim uma profunda e irremediável incompatibilidade entre o espiritismo e o catolicismo, pois são religiões em tudo diferentes e que não é possível pertencer às duas.”
            “Os termos empregados são cuidadosos: procuram mascarar a doutrina espírita para dar-lhe um ar cristão. No entanto, a visão espírita de Deus é deísta. Kardec, ao definir a divindade, ao invés de perguntar "quem é Deus", usa a expressão "o que é Deus" [7], como que a indicar: Deus é a "Inteligência Suprema", mas não é necessariamente um ser pessoal, alguém com quem o homem pode verdadeiramente se relacionar. Isso não se coaduna com a religião cristã, na qual Deus é um só, em três pessoas realmente distintas.
            Nós, católicos, estamos de acordo com o princípio da imortalidade da alma, mas não da forma como é exposto acima. Não "somos em essência Espíritos": "a pessoa humana, criada à imagem de Deus, é um ser ao mesmo tempo corporal e espiritual" [8]; "o espírito e a matéria no homem não são duas naturezas unidas, mas a união deles forma uma única natureza" [9]. A grande dificuldade antropológica do espiritismo está justamente neste dualismo: o homem seria só a sua alma e o seu corpo, uma prisão. A Igreja já condenou há muito tempo a metempsicose e a apocatástase, de Orígenes, que são doutrinas defendidas sob outros nomes pelos espíritas. Elas podem ser aceitas pelo orfismo e pelo platonismo, mas não pela religião cristã.
            Segundo o espiritismo, aquilo que de mau as pessoas cometem deve ser pago em outras existências. No Cristianismo, ao contrário, o Verbo se fez homem e o Seu sofrimento tem um poder redentor para a humanidade. Por isso, não é necessário que o ser humano pague mais nada, ele já foi remido pela Cruz de Cristo. Nesse sentido, a reencarnação torna vã toda a obra da salvação. Com essa pretensão de enquadrar o mistério do sofrimento em uma lógica matemática, o espiritismo abole o perdão e acaba se tornando uma doutrina terrificante, ao invés de consoladora.
            Além disso, olhando filosoficamente a questão, a doutrina espírita não passa de uma "torre de Babel": o espírito "cria seu próprio destino" por meio de um "progresso" e evolução constantes. Só que o abismo entre Criador e criatura não pode ser rompido senão pelo andar de cima: ou Deus vem salvar e redimir o homem ou ele está irremediavelmente perdido.
            De fato, os espíritas só aderem à "torre de Babel" porque não creem que Jesus Cristo seja Deus – e essa é a razão principal pela qual o espiritismo não pode ser chamado de cristão. Na doutrina espírita, Cristo tem um papel irrisório: é um "guia" evoluído tão somente para este planeta (já que existiriam outros habitados por espíritos).
            Conforme a doutrina católica, quando as pessoas morrem, as almas são separadas (não "desencarnadas") dos seus corpos. Esta alma separada – agora, no Céu, no Inferno ou no Purgatório – pode comunicar-se com os vivos? De forma ordinária, não. Ou seja, os espíritos dos mortos não se comunicam conosco, habitualmente. Mas é possível, sob a forma de milagre, que Deus permita esse tipo de comunicação, tanto das almas que estão no Céu – como acontece nas aparições de Nossa Senhora – e no Purgatório – para ensinar a importância de rezar pela Igreja padecente –, quanto das que estão no Inferno – para excitar no homem o temor de Deus. O contato ordinário com os espíritos, na doutrina católica, não acontece com as almas dos falecidos, mas com outras criaturas: os anjos.
            Então, à "comunicabilidade dos espíritos" a Igreja responde: é possível que aconteça, mas não ordinariamente. Por outro lado, é absolutamente proibida pela Revelação a evocação dos mortos [10]. Recorrer a essa prática de desobediência significa expor-se a grandes perigos espirituais.
Trata-se do único item pelo qual os espíritas poderiam ser remotamente chamados de cristãos. Diz-se "remotamente" porque, ao mesmo tempo em que eles seguem algumas orientações morais do Evangelho, rejeitam outras, como o divórcio ou o "casamento" homossexual. Então, é só em um sentido muito estrito que se pode chamar o espiritismo de cristão.”

Na Bíblia Sagrada encontramos em Hebreus 9: 26- 28 o seguinte:

26 De outra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo. Mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo.
27 E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo,

28 Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.

Texto do Professor Felipe Aquino

            “A Igreja ensina que após a morte, sobrevive a nossa alma imortal, criada à imagem de Deus, e é nela que estão as nossas faculdade, como a Inteligência, a vontade, a memória e a consciência. O nosso “eu humano” subsiste. Portanto, ninguém permanece “dormindo” após a morte. A narrativa de Jesus, mostrando a realidade após a morte do rico epulão e do pobre Lázaro, cheio de feridas, mostra esta verdade. A Carta aos Hebreus diz que “Está determinado que cada um morra uma única vez e em seguida vem o juízo” (Hb 9,27). Isto é, ninguém morrerá duas vezes, a não ser aqueles que, por milagre, foram ressuscitados.”
            Concluo com uma pequena observação; que apesar das diferenças teológicas entre o catolicismo e o espiritismo, encontramos dentro do espiritismo pessoas muito humanas. Particularmente, já fui simpatizante do espiritismo – confundindo e fundindo diferentes conceitos -  e possuo queridíssimos amigos espíritas; todavia, como leigo é meu dever esclarecer a comunidade católica, para que não haja confusão entre as crenças. Lembrando por fim, que tudo aquilo que desvia o indivíduo da revelação salvífica do Nosso Senhor Jesus Cristo – verdadeiro Homem; verdadeiro Deus - , não pode ser considerado cristianismo.   



Por que a Igreja condena o espiritismo? Disponível em: < https://padrepauloricardo.org/episodios/por-que-a-igreja-condena-o-espiritismo> . Acesso em: 03/04/2018.

O Espiritismo é cristão? Disponível em: < https://padrepauloricardo.org/episodios/o-espiritismo-e-cristao> . Acesso em: 03/04/2018.

O que há depois da morte? Disponível em: < http://cleofas.com.br/o-que-ha-depois-da-morte/> . Acesso em: 03/04/2018.






Post anterior
Próximo post

0 comments: