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sexta-feira, 30 de março de 2018

IRMÃOS PROTESTANTES, O MAGISTÉRIO LHES EXPLICA! / PARTE 2


Texto de Padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior.

“O dogma da maternidade divina de Maria está ligado a um artigo inegociável do credo cristão: a encarnação do Verbo. Por volta do século V, graves crises cristológicas surgiram, causando grande perturbação no seio da Igreja. Dizia-se, entre outros absurdos, que Jesus não possuía duas naturezas — a humana e a divina —, mas somente esta última. Nestório, um importante bispo da época, defendia outra tese: Jesus seria um simples homem elevado à divindade por pura graça de Deus. Com essa afirmação, ele intentava pôr fim ao piedoso título de Theotókos (Mãe de Deus), atribuído pela comunidade a Maria, porque o considerava um grande escândalo (não muito diferente do que postulam certas seitas atuais).
            Ocorre que a afirmação de Nestório, como a das demais heresias cristológicas, provocava uma séria dificuldade para a doutrina da remissão dos pecados. Segundo ensinam os Santos Padres, o que não foi assumido não foi redimido. Isto significa que só há verdadeira salvação se Jesus for o Verbo de Deus verdadeiramente encarnado. Se o que morreu na cruz era apenas um homem, esse sacrifício não teve valor algum. Foi o que notou São Cirilo de Alexandria na sua contundente defesa do título Theotókos. Ora, Maria é Mãe de Deus porque em Jesus há apenas uma pessoa (a divina) e duas naturezas (a divina e a humana). E a maternidade diz respeito a uma pessoa, não a uma natureza.
            De fato, este dogma mariano é mais bíblico do que se imagina. Inspirada pelo próprio Espírito Santo, Isabel proclamou: Donde me vem esta honra de vir a mim a Mãe de meu Senhor? (Lc 1, 43). Nestas palavras acertadas, exprime-se toda a alegria com que os católicos costumam dirigir-se a Nossa Senhora, aquela que vem às pressas socorrer as necessidades de seus filhos (cf. Lc 1, 39). Maria está inseparavelmente ligada à redenção porque "foi dela que o Verbo assumiu, como próprio, aquele corpo que havia de oferecer por nós". Não se tratava de um corpo extrínseco nela introduzido, recorda Santo Atanásio; o anjo disse-lhe: de ti (cf. Lc 1, 35), "para se acreditar que o fruto desta concepção procedia realmente de Maria" [1].
            O Concílio Vaticano II ensina que a "maternidade de Maria na economia da graça perdura sem interrupção". Isso significa que, mesmo após assunta aos Céus, Maria "não abandonou esta missão salvadora, mas, com a sua multiforme intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna" [2]. Quantos têm desperdiçado este auxílio precioso por culpa ora de más teologias, ora do paganismo que se propaga nos grandes meios de comunicação.
            Caminhamos para o centenário das aparições da Mãe de Deus em Fátima, Portugal. É uma ótima oportunidade para redescobrirmos o valor da espiritualidade mariana, lembrando-nos dos pedidos que a Senhora fez à humanidade: oração e mortificação pela paz no mundo e pela salvação dos povos. Enquanto alguns fazem troça desses pedidos, os católicos têm o dever de ecoar pelos quatro cantos da Terra a mensagem daquela cujo coração triunfará no último dia. Como salientou Bento XVI durante visita a Portugal, "iludir-se-ia quem pensasse que a missão profética de Fátima esteja concluída" [3]. Não somos deste mundo, não somos filhos desta terra. Nossa verdadeira Mãe leva-nos a escolher os bens que não passam. Confiemos a ela este novo tempo que se inicia para que tenhamos verdadeiramente um "feliz ano novo".”

A Mãe de Deus e a falsa mãe do mundo. Disponível em: < https://padrepauloricardo.org/blog/a-mae-de-deus-e-a-falsa-mae-do-mundo > . Acesso em: 30/03/2018.






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