𝐹𝑖𝑙𝑜𝑠𝑜𝑓𝑖𝑎, 𝑇𝑒𝑜𝑙𝑜𝑔𝑖𝑎 𝑒 𝐶𝑢𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑒𝑚 𝐺𝑒𝑟𝑎𝑙!

quarta-feira, 28 de março de 2018

A GRANDE MIGRAÇÃO


Uma das estratégias da Escola de Frankfurt é o de implodir a Igreja Católica de dentro para fora. Os motivos para tal já foram debatidos de forma exaustiva em outros artigos; mas resumindo a missa, o intuito é destruir um dos tripés da cultura ocidental que é a Ética Judaico-cristã. De certa forma, em se tratando da instituição Igreja Católica, com a implantação da Teologia da Libertação lograram êxito, ora retirando a fé das pessoas, outrora recrutando uma boa parcela de fiéis para o pensamento imanente, ou seja, pessoas trabalhando dentro da Igreja Católica promovendo a politização do evangelho.   
            Com efeito, os intelectuais esquerdistas da Escola de Frankfurt não contavam com uma terceira possibilidade que acabou ocorrendo; o da migração de milhares de “católicos” para a fé protestante. Claro que, teologicamente a reforma protestante foi uma tragédia no cenário dogmático. Sabemos de antemão que a Igreja Católica Apostólica Romana foi deixada pelo próprio Cristo, e que apesar da instituição ter passado por inúmeras crises, sejam elas quais forem, ela se manteve firme no que Jesus deixou através do evangelho, da tradição e do magistério, e foi e é tão importante que se tornou um dos tripés de toda cultura do ocidente. 
O número de evangélicos no Brasil aumentou 61,45% em 10 anos, segundo dados do Censo Demográfico divulgado nesta sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2000, cerca de 26,2 milhões se disseram evangélicos, ou 15,4% da população. Em 2010, eles passaram a ser 42,3 milhões, ou 22,2% dos brasileiros. Em 1991, o percentual de evangélicos era de 9% e, em 1980, de 6,6%.
Mesmo com o crescimento de evangélicos, o país ainda segue com maioria católica. Segundo o IBGE, o número de católicos foi de 123,3 milhões em 2010, cerca de 64,6% da população. No levantamento feito em 2000, eles eram 124,9 milhões, ou 73,6% dos brasileiros. A queda foi de 1,3%.
A queda do percentual de católicos é histórica, de acordo com o instituto. Até 1970, em quase 100 anos, a queda foi de 7,9 pontos percentuais: o número de católicos em 1872 (ano do primeiro Censo) representava 99,7% da população e passou a 91,8% em 1970.
O Nordeste ainda mantém o maior percentual de católicos, com 72,2% em 2010. Apesar de ser a região do país com maior concentração do grupo religioso, a população nordestina católica sofreu queda. Em 2000, o percentual era de 79,9%. No Sul, o IBGE também identificou redução do percentual de católicos, saindo de 77,4% para 70,1% nos censos de 2000 e de 2010, respectivamente.
A maior redução foi registrada pelo instituto no Norte, passando de 71,3% da população em 2000 para 60,6% em 2010.
O IBGE registrou que, ao mesmo tempo em que o número de católicos caiu no Norte e no Nordeste, o número de evangélicos cresceu com maior volume nas duas regiões. A representatividade no Norte saiu de 19,8% (2000) para 28,5% (2010). No Nordeste, o aumento de evangélicos foi menor, saindo de 10,3% para 16,4%, se comparados os Censos de 2000 e de 2010, respectivamente.
No estado do Rio de Janeiro, o percentual de católicos é 45,8% da população em 2010, o menor do país, segundo o IBGE. No estado também foi registrada a maior concentração de espíritas com 4%; seguido de São Paulo, com 3,3%; Minas Gerais, com 2,1%; e Espírito Santo, com 1%.
No Piauí, o percentual de católicos foi o maior, com 85,1% da população do estado. A proporção de evangélicos foi maior em Rondônia, com 33,8%. A menor foi registrada no Piauí, com 9,7%.
O IBGE registrou que 15 milhões de pessoas se declararam sem religião no Censo de 2010, o que representa 8% dos brasileiros. Em 2000 eram 12,5 milhões, o equivalente a 7,3% da população.
O Censo 2010 também apontou que 31,5% dos espíritas têm nível superior completo, apenas 1,8% das pessoas não têm instrução e 15% têm ensino fundamental incompleto. Outros 1,4% dos espíritas não são alfabetizados.
Os católicos têm 6,8% das pessoas sem instrução e 39,8% com ensino fundamental incompleto. No grupo dos que se declaram sem religião o percentual de pessoas sem instrução é de 6,7% e outros 39,2% têm ensino fundamental incompleto. Entre os evangélicos o percentual chega a 6,2% (sem instrução) e a 42,3% (com ensino fundamental incompleto).”

            Após o Concílio do Vaticano II, em 1971 o Padre Gustavo Gutiérrez publicou o livro “A Teologia da Libertação”. Inicialmente foi censurado pelo então Papa João Paulo II, por conter a utopia marxista como base. Com efeito, a Teologia da Libertação uma vez implantada, cresceu exponencialmente no país, tendo como muitos representantes padres e leigos diretamente ligados com partidos de esquerda. Lembrando que os adeptos adentraram nos seminários do país – não todos – esquerdizando uma parte considerável da Igreja Católica.
            Com efeito, em longo prazo a consequência de todo processo foi o de esvaziamento da fé dos católicos. O catecismo não era mais ministrado como ensina a tradição. Os dogmas, os sacramentos para grande parte passaram a ser vividos apenas como uma mera tradição (não para todos graças a Deus). Destarte, a população brasileira continuou sendo em sua grande maioria conservadora, mesmo sem saber o que significa o termo. Como consequência da politização do evangelho feito pelos leigos, padres e bispos da CNBB adeptos do marxismo, a tradição católica foi sendo demolida. 
        Em concomitância, a ala protestante, aproveitou-se da fragilidade institucional da Igreja, e sabendo que a sociedade brasileira é predominantemente crente em Deus, angariou muitos para seu lado, ora com discursos mentirosos sobre questões dogmáticas, ora por discursos de medo, de que se você não aceitar Jesus você vai para o inferno - como se o católico não cresse -, ora por demonstrações de inúmeros "milagres", ora por promessas de prosperidade nesse plano e outrora por acalorados louvores que trabalham muito com a emoção das pessoas.
            O resultado de tudo isso é uma comunidade católica descrente, desmotivada e completamente relativizada, falando em termos doutrinais. A pessoa batizada na Igreja Católica que foi vítima desse processo acha que pode fazer tudo, que nada é pecado, que Deus ama o pecado e o pecador no fim das contas, o que é um erro sem precedentes. Faça uma experiência, por exemplo: aborde alguém que possui comportamento moral duvidoso e pergunte: Qual a sua fé? De forma unânime você irá ouvir: “Sou Católico”. Com efeito, o cidadão sabe que o ateísmo não é bem visto, e assumir isso poucos têm coragem de fazer, então no momento do questionamento ele diz que é católico, o que não é verdade, sendo ele um agnóstico ou até mesmo um ateu envergonhado. Aqui os marxistas nadaram de braçada, e muitas famílias definharam e definham sob a bota do marxismo cultural, isso é um fato.
            Podemos então entender alguns dos motivos da queda da comunidade católica; de acordo com o IBGE os católicos foram de 99,7% para 91.8% até 1970; justamente no período de implantação do marxismo dentro da Igreja. A partir de então, o número de católicos só diminuiu; até o ano 2000 os números foram de 64,6%, enquanto a população protestante subiu para 22,41%. O que fortalece o fenômeno de migração da fé católica para protestante é que de 100% dos atuais protestantes, 44% deles migrou da Igreja Católica. De um modo às avessas, em termos de conservação cultural essa migração atuou positivamente.
            Com efeito, pergunto: o marxismo conseguiu chegar ao seu objetivo de destruição da família atingindo a Igreja Católica? Teologicamente sim; todavia, culturalmente não da maneira que planejaram. Explico: o que sustenta a cultura ocidental (foco de destruição dos utópicos marxistas) é a ética judaico-cristã; tão logo em termos de cultura, a base que sustenta a fé tanto dos católicos, protestantes e judeus é a mesma, e nesse contexto o tiro saiu pela culatra. Se pensarmos em números, o Brasil tem segundo o IBGE pouco mais de 8% de ateus declarados, o que ainda é insignificante para atingir os obscuros objetivos de um possível desmantelamento social, não desconsiderando aqui as famílias sem referência moral cristã católica. Seria bem diferente se dentro desses números víssemos o que acontece hoje na Europa, com uma crescente exponencial de adeptos do Islã. Diferente da maioria dos países do ocidente, cada casal muçulmano tem cerca de nove filhos, o que coloca a Europa daqui a alguns poucos anos como um possível grande estado muçulmano. O Islã está em todo mundo, porém o número de mesquitas no Brasil ainda é insignificante, mas isso tende a mudar, lembrando que a taxa de natalidade do brasileiro hoje é de 1,8 filhos por casal.
            Quando digo que teologicamente sim, nós católicos fomos feridos de morte, no que nos foi passado de geração em geração, seja pela Sagrada Tradição, ou pelo que nos foi ensinado na mesma ordem pelo Sagrado Magistério. Contudo, existe uma tendência conservadora se manifestando no país, e muitos padres e leigos católicos estão resgatando aos poucos o que por décadas foi distorcido, e pelo menos tentando mitigar os estragos feitos na família tradicional católica. Tão logo, no atual cenário, já encontramos tantos leigos quanto sacerdotes  combatendo os inimigos infiltrados na Igreja, e a tendência é diminuirmos a atual predominância de teólogos da libertação na instituição.
            Concluo, dizendo, a migração cultural tão esperada não ocorreu, mas a espiritual sim. A Escola de Frankfurt falhou no seu real objetivo de destruição da cultura Judaico-cristã,  todavia teologicamente  a salvação de muitas almas passa por essa guerra, e não desistiremos até o fim. Não pense você protestante, que a Igreja Católica é permissiva e relativista. Se você renegou sua fé, é porque realmente você não conhece absolutamente nada da sua doutrina. Quem conhece a Igreja que o próprio Cristo fundou jamais a abandonaria.  O próximo documento será para refutar muitas das mentiras sobre a Igreja Católica, que foram usadas covardemente por muitos protestantes para angariar fiéis; aguardem.
                         
Número de evangélicos aumenta 61% em 10 anos, aponta IBGE. Disponível em: < http://g1.globo.com/brasil/noticia/2012/06/numero-de-evangelicos-aumenta-61-em-10-anos-aponta-ibge.html > . Acesso em: 28/03/2018.






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