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domingo, 15 de janeiro de 2017

CORPUS CHRISTI: O SANTÍSSIMO SACRAMENTO DA EUCARISTIA

Segunda parte

O Catecismo da Igreja Católica, referência para a doutrina da fé cristã, proclama que a preciosa Eucaristia “é a Fonte e o Ápice de toda a vida cristã". Diz ainda que "os demais Sacramentos, assim como todos os ministérios eclesiásticos e tarefas apostólicas, se ligam à sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Pois a Santíssima Eucaristia contém todo o Bem espiritual da Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa Páscoa" (CIC §1324).
          A instrução do Catecismo diz que a Eucaristia é a excelência e a perfeição dos Sacramentos; pois apesar das maravilhas que os outros Sacramentos produzem na alma, todos eles são instrumentos usados por Deus para nos dar a sua Graça. Na Sagrada Eucaristia, entretanto, não temos um instrumento que nos comunica a Graça Divina, e sim o próprio Autor da graça! - Jesus Cristo, real e verdadeiramente Presente, faz-se Alimento para a nossa salvação!
          A Presença de Cristo no Santíssimo Sacramento começa no momento da Consagração e dura enquanto permanecem as Espécies Eucarísticas. Cristo está presente inteiro em cada uma das Espécies e inteiro em cada parte delas, de maneira que a fração do Pão não o divide. A Eucaristia, portanto, é o Sacramento que contém, sob as formas de pão e de vinho, verdadeiros, reais e substancialmente presentes o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, para Alimento de nossas almas.


“Quem come da minha Carne e bebe o meu Sangue
permanece em Mim, e Eu nele" (Jo 6, 56)"
          Todos os Sacramentos, todos os ministérios eclesiásticos e tarefas apostólicas se ligam à Sagrada Eucaristia, e a ela se ordenam, porque o Santíssimo Sacramento do Altar contém todo o Bem espiritual da Igreja, que é o próprio Senhor Jesus Cristo, nosso Deus!

Diz mais o Catecismo: 
“A Eucaristia realiza a Comunhão de Vida com Deus e a unidade do povo de Deus, pelas quais a Igreja é ela mesma. Na Eucaristia está o clímax tanto da ação pela qual, em Cristo, Deus santifica o mundo, como do culto que no Espírito Santo os homens prestam a Cristo e, por Ele, ao Pai. Pela Celebração Eucarística já nos unimos à Liturgia do Céu e antecipamos a vida eterna, quando Deus será Tudo em todos (1 Cor 15, 28). A Eucaristia é o resumo e a suma da nossa fé: “Nossa maneira de pensar concorda com a Eucaristia, e a Eucaristia, por sua vez, confirma a nossa maneira de pensar.”
(Sto. Irineu – séc. II) [CIC §1324-7]
          Seria desnecessário dizer mais do que isso. A Eucaristia é, simplesmente, o auge, o clímax, a santificação, a união, dos santos da Terra e os do Céu, a antecipação da vida eterna, o resumo e a suma da nossa fé! Pela Eucaristia podemos viver, em certo sentido, o Céu já aqui na Terra! Santo Tomás de Aquino diz que “todos os Sacramentos estão ordenados para a Eucaristia, como para o seu fim”: toda a riqueza dos Sacramentos se cumpre no Santíssimo Sacramento.
          Falamos muito para dizer que a riqueza espiritual da Eucaristia é inesgotável, e por isso a Igreja tenta explicá-lo nos diversos nomes que lhe dá, sendo que cada um evoca algum dos seus muitos aspectos: Ceia do Senhor; Fração do Pão; Celebração Eucarística; Santa Missa; Memorial da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor: Santo Sacrifício; Divina Liturgia; Santo Mistério; Santíssimo Sacramento do Altar; Santa Comunhão (cf. CIC §1328-1332). Outros modos de chamar o Sacramento da Eucaristia, menos comuns, são: Coisas Santas; Pão dos Anjos; Pão do Céu; Remédio de Imortalidade... A Celebração da Eucaristia é chamada Santa Missa porque a Liturgia na qual se realiza o Mistério da Salvação termina com o envio dos fiéis em missão na vida cotidiana. E a palavra “Missa”, que vem do latim Missio, quer dizer exatamente envio ou missão.
          Por ser tão importante, quando necessário a Eucaristia vai às casas dos doentes, com a visita de um sacerdote que cumpre a ordem do Senhor à sua Igreja, de curar e consolar os enfermos.
          Na véspera da Páscoa judaica, Jesus sabia que havia chegado a sua hora. Caía a noite sobre o mundo, sobre os velhos ritos, e os antigos sinais da Misericórdia de Deus para com a humanidade iriam realizar-se plenamente, abrindo caminho a um verdadeiro amanhecer: a nova Páscoa. A Eucaristia foi instituída durante a noite, em preparação à Manhã da Ressurreição.
“FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM” O Mandamento de Jesus para repetir seus gestos e palavras até a sua volta, não é somente para nos recordarmos do que Ele fez. É para a Celebração Litúrgica de sua Vida, Morte e Ressurreição, e de sua Intercessão única e exclusiva pela nossa salvação.
          Diz a Sagrada Escritura que especialmente no domingo, dia da Ressurreição de Jesus, os primeiros cristãos se reuniam para “partir o Pão" (At 20, 7). Assim a celebração da Eucaristia permanece até os nossos dias, com a mesma estrutura fundamental. E assim, de celebração em celebração, anunciando o Mistério Pascal de Jesus “até que Ele venha (1Cor 11, 26)”, o povo de Deus peregrina pelo mundo em direção à Pátria Celeste, quando todos os eleitos se assentarão à Mesa do Reino.
          Deus pode o que nós não podemos. Jesus Cristo, perfeito Deus e perfeito homem, não nos deixou somente um "símbolo", mas ficou Ele mesmo conosco. O Senhor foi para o Pai, mas permanece com os que o amam. Não nos deixou uma "lembrança", uma imagem que se dilui com o tempo, como fotografia que amarela e não tem significado para os que não conheceram a pessoa. Sob as espécies do Pão e do Vinho, encontra-se o próprio Cristo, realmente Presente.
          Da Igreja primitiva temos o testemunho detalhado de S. Justino Mártir (séc. II) sobre o desenrolar da Celebração Eucarística:
          Os cristãos celebram a Eucaristia desde as origens, e sob uma forma que, em sua substância, não sofreu alteração através da grande diversidade do tempo e das liturgias, porque temos consciência de estarmos ligados ao           Mandato do Senhor, dado na véspera de sua Paixão: ‘Fazei isto em memória de Mim (1Cor 11, 24-25)’. (...) Ao fazermos isto, oferecemos ao Pai o que Ele mesmo nos deu: os dons de sua Criação, pão e vinho, que pelo poder do Espírito Santo e pelas palavras de Cristo tornam-se Corpo e Sangue de Cristo, que, assim, se torna Real e misteriosamente Presente. (...) No ‘dia do Sol’ (domingo), como é chamado, reúnem-se num mesmo lugar os habitantes, quer das cidades, quer dos campos. Leem-se ora os comentários dos Apóstolos, ora os escritos dos Profetas. Depois, o que preside toma a palavra para aconselhar e exortar à imitação de tão sublimes ensinamentos. Seguem-se as preces da comunidade e, quando as orações terminam, saudamo-nos uns aos outros com o ósculo. Em seguida, leva-se àquele que preside aos irmãos o pão e o vinho. (...) Ele os toma e faz subir louvor e glória ao Pai do Universo, no Nome do Filho e do Espírito Santo, e rende graças (no grego Eucharistian) longamente, pelo fato de termos sido julgados dignos destes Dons. Terminadas as orações e ações de graças, o povo presente aclama, dizendo amém. Depois de o presidente ter feito a ação de graças e o povo ter respondido, os diáconos distribuem a Eucaristia e levam-na também aos ausentes.”
- Carta de S. Justino ao imperador Antonio Pio (S. Justino, ano 155 dC, em Apologeticum 1,65)
    


SACRAMENTOS DA IGREJA CATÓLICA. Disponível em:  <    www.ofielcatolico.com.br  >.  Acesso em: 10/01/2017.


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