𝐹𝑖𝑙𝑜𝑠𝑜𝑓𝑖𝑎, 𝑇𝑒𝑜𝑙𝑜𝑔𝑖𝑎 𝑒 𝐶𝑢𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑒𝑚 𝐺𝑒𝑟𝑎𝑙!

domingo, 15 de janeiro de 2017

CAUSAS E EFEITOS


Relato de um Católico e Professor


Dentro da Engenharia Civil, precisamos utilizar normas técnicas baseadas em décadas “muitas vezes séculos”, para construir uma edificação. Precisamos observar as resistências específicas necessárias para execução dos alicerces “infraestrutura”, das vigas, pilares e lajes “mesoestrutura e superestruturas”, caso contrário aparecerão desde pequenas trincas, a problemas mais graves que podem levar a edificação a um colapso estrutural, vindo tudo abaixo. Com efeito, utilizando-se dos acertos e erros no ocidente construímos durante séculos a base de toda nossa cultura, que é “ou era”, baseada em: ética judaico-cristã, filosofia grega e direito romano. 

“A cultura da Europa nasceu do encontro entre Jerusalém, Atenas e Roma, do encontro entre fé no Deus de Israel, a razão filosófica dos Gregos e o pensamento jurídico de Roma. Este tríplice encontro forma a identidade íntima da Europa. Na consciência da responsabilidade do homem diante Deus e no reconhecimento da dignidade inviolável do homem, cada homem, este encontrou fixou critérios do direito, cuja defesa é nossa tarefa neste momento histórico” [1].

            A mais de seis décadas o ocidente vem sendo atacado com ideais revolucionários, frutos de estudos e investigações acerca das bases da sociedade, pois, de forma frustrada nunca obtiveram sucesso em impor sua enfadonha ideologia repressora às pessoas, em especial às famílias. Destarte perceberam que as famílias são o berço onde se fortalece toda nossa cultura, onde a pessoa aprende a viver de forma menos conflituosa possível. Entendendo tal fato foi necessário miná-la por dentro, corroendo suas estruturas, para que ao fim a família saia da lógica da sua tríplice origem, desorganizando seus fundamentos e tornando tudo relativo, difuso e sem coesão.
            O tripé da cultura ocidental é o foco. Quebrando um dos pés, todos os outros ruirão automaticamente, não conseguiremos manter de pé as bases em que fomos educados. A filosofia ensinada nas escolas brasileiras é uma farsa, estudam-se exclusivamente intelectuais marxistas como: Marx, Hegel, Kant, Gramsci, sem contar os analfabetos funcionais que se dizem pensadores em educação, por exemplo: Paulo Freire e companhia limitada. Resumindo, não há espaço para discussão filosófica do professor com o aluno, independente da instituição escolar sobre a Filosofia Grega, que confronta idéias, para ao fim se aproximar da verdade. O que vemos é uma progressiva implantação de cartilhas marxistas para formação de militantes de esquerda e nada mais.
Os doutrinados dentro do marxismo não permitem que uma alma viva confronte os ideais da esquerda, se o fizer, é automaticamente taxado de teórico da conspiração, fascista, homofóbico, ou seja, seus ideais tem que prevalecer em todas as alçadas, o que é terrível de se imaginar, pois, no mínimo o cidadão deveria ter acesso a todas as vertentes filosóficas para que ao fim opte por alguma, mas não, como disse um militante de esquerda que assistia à palestra sobre marxismo do Padre Paulo Ricardo: “Não escutem o que ele diz, pois, se ouvirem, ele os convencerão!”, talvez esteja ai o motivo da doutrinação em massa sem espaço para outras vertentes, pois, ninguém quer em sã consciência ser contraditado e desmascarado, então, se valem do seu autoritarismo típico e empurram a revolução marxista garganta abaixo.  
Como diz o professor Olavo: “A mentira quando contada repetidamente as pessoas, com o tempo, passa a ser verdade”. Imaginem se aplicássemos isso na Engenharia Civil, falaríamos aos alunos que no concreto armado não precisamos do aço “mesmo que as normas baseadas em anos de estudos digam o contrário”, até chegarmos ao ponto de que muitos começarão a construir sem o aço e com o transcorrer do tempo veríamos centenas de casas ruírem de forma sistemática. É exatamente assim que estão fazendo com a nossa cultura não só no Brasil, mas no mundo.
Continuando, porém adentrando um pouco no assunto da educação, é interessante relatar para os leitores sobre a experiência deste autor com o ensino fundamental e médio atuando quase uma década como professor. De causa própria relato quão frustrante é não ter respaldo legal para ministrar as aulas de forma científica, esbarrando todo tempo com LDB (Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) dentre outras leis que ressaltam somente os direitos dos alunos e nunca seus deveres.
A reprovação acontece quando o aluno não consegue atingir o mínimo de conhecimento sobre as matérias essenciais, tão logo, caso ocorra deve retornar no ano subsequente e repetir as matérias em defasagem, “deve”, mas não é o que ocorre. Chamadas são diárias, mas apesar de fazer parte do regimento institucional, ao fim do ano o aluno pode não ter nenhuma presença que, caso queira, pode fazer recuperação, e se passar nos “testes”,pode saltar de série como qualquer outro que se empenhou o ano todo com assiduidade.
O aluno pode neste contexto, fazer quatro recuperações bimestrais, uma final em dezembro, outra em janeiro, “essa última sob supervisão da pedagoga que possui os gabaritos”. Respondo dizendo, que muitos alunos sem a menor condição de saltar de série apareciam magicamente na série subsequente.
  Colegas “não todos, por favor,” ao presenciar o autor do artigo preparando suas aulas antes do início das atividades faziam rotineiramente piadas como: “Que furor pedagógico hein?”, “O Estado não te paga para isso!”. O sinal batia, e se subisse de imediato, era repreendido por muitos que queriam iniciar suas atividades, dez, quinze, vinte ou até trinta minutos após. Ao fim do turno, era muito difícil manter os alunos em sala, pois, antes mesmo das aulas acabarem já se via pelas janelas batalhões de alunos saindo antes do tempo, pois nossos colegas os liberavam e fazendo assim, tiravam o pouco de autoridade que ainda tínhamos.
Com efeito, o sentimento era o de girar em círculos, vendo a cada ano, os alunos chegarem sem saber muitas das vezes ler, quiçá interpretar textos de biologia. Utilizava-se de recursos diversos como: laboratórios, data show, técnicas de memorização, tudo inutilmente, pois o aluno tinha caído de paraquedas em um grau que obviamente não estava preparado, tão logo era obrigado a dar provas mais fáceis para não ver nas correções, avalanches de péssimas notas, para não dizer medíocres. Por fim, presenciava o acomodamento dos colegas “não todos”, e a não materialização do processo educacional, víamos se formar inúmeros analfabetos funcionais, o que gerou inevitavelmente ao autor uma indignação e tristeza profunda a ponto de querer mudar de ares para não acabar alienado assim como muitos do meio.
Com efeito, no que tange ao direito romano, também sofreu com as artimanhas dos marxistas, na elaboração de cartilhas de doutrinação partidária de esquerda "isto dentro das escolas", quanto na elaboração de leis, extrapolam e muito o sentido de justiça, insistentemente vem sendo usado como ferramenta para manipulação para auxiliar  na perpetuação do poder "neste caso falo dos políticos". Um exemplo prático, qual a verdadeira finalidade da lei da palmada? Não sou adepto desse recurso para correção das crianças, mas, por vezes é necessária, não podemos diagnosticar de outra forma a não ser que ela existe em si para retirar a autoridade dos pais sobre os filhos, o que remonta o que discutimos quanto ao enfraquecimento e destruição das famílias. Com efeito, pergunta-se: não poderia a lei da palmada evitar que pais cometam devaneios e espanquem seus filhos? Respondo, sim , todavia seria um objetivo principal falso, pois, se remontarmos os pais que em sã consciência fazem isso, é uma minoria absoluta, tão logo, por conta de uma minoria absoluta usam o fato como pretexto para aplicar a uma maioria que não se enquadra neste contexto, chegando portanto a conclusão que o objetivo da lei é única e exclusivamente a retirada da autoridade dos pais e o consequente enfraquecimento da instituição familiar. 
Quando íamos as instituições públicas, em sua maioria  encontrávamos  imagens de Nossa Senhora, de Cristo crucificado, dentre outras, e por meio de leis municipais muitas delas já foram retiradas. Dizem que o estado é laico, e que colocar imagens que arremetem a Igreja  fere os direitos das pessoas que não promovem a mesma fé. Contudo se consultarmos o IBGE, veremos que 87% da população brasileira hoje, é Cristã "mesmo com todo desconstrucionismo religioso" sendo que deste número, 65% é Católica. Tão logo, vejam como o Direito Romano não se aplica, como é deturpado, o estado é laico, porém, a sociedade não é laica, e mais uma vez com o pretexto de defender a crença de uma minoria absoluta de não cristãos, aplica-se para uma maioria absoluta uma lei que tolhe sua manifestação de fé qualquer que seja o ambiente. O objetivo aqui também não é garantir a laicidade do estado, nem proteger os não cristãos ou evangélicos das ameaçadoras imagens, é o de promover um esvaziamento da fé de forma progressiva, pois, além dos pais de família que são autoridades, padres e pastores também o são, e os globalistas querem a toda prova retirar a autoridade dos últimos, pois são lideranças também, e portanto são ameaças para um sistema que quer formar uma massa de imbecis. 
 Na Ética Judaico-Cristã, vemos os poucos adeptos com comportamentos totalmente relativizados sobre os fundamentos básicos em espiritualidade, sendo afundados em ideias liberais, em especial os implantados pelos teólogos da libertação, encabeçados muitas das vezes pela própria Igreja, infelizmente.
Ainda no que tange a Ética Judaico-cristã, em especial, dentro das Igrejas Católicas, vemos como participantes ativos da instituição milenar, todos os seus fundamentos sendo implodidos. Os novos catequistas, orientados por padres e consagrados são instigados a ensinar o catecismo não como uma lei, mas como um documento de referência apenas, ensinam que não existe inferno, céu nem milagres, promovem dentro da Igreja pura politização do evangelho, como se já não bastasse à doutrinação marxista dentro das escolas. Pregam que o que importa são somente as ações, colocam o Reino dos Céus como se fosse aqui, rebaixam Deus às nossas fragilidades e defeitos, sendo que deveria ser o contrário, ou seja, ensinar as pessoas que mesmo que falhas devem tentar melhorar sempre, para se aproximar de Deus. Vemos dentro da Instituição milenar representantes colocando como lideranças pessoas em situação de pecado mortal para promover a Eucaristia, Catequizar crianças e jovens, dentre outras situações bizarras.
      Imaginem o estrago que um Teólogo da Libertação pode causar para as pessoas, certa vez estava o autor como leitor da palavra em uma celebração numa comunidade carente na região metropolitana de Belo Horizonte, em especial Ribeirão das Neves, e ao fim do evangelho o sacerdote disse de forma contundente que inferno não existe. Imaginem um fiel que na situação de pecado grave, ou seja,  cometeu um delito como estupro, agressão, sodomia, dentre outras,  chegue arrependido daquilo que fez e busca nas palavras do sacerdote o conforto e orientação para que possa sanar seus erros, aprender com eles de forma a buscar não errar mais, no entanto,  ouve que o inferno não existe, qual o efeito que isso causa? respondo dizendo, que automaticamente a culpa do delito deixa de ter peso, e claro que não se arrependerá mais de nada,  que obviamente é errada, tanto do ponto de vista legal laico, quanto religioso, pois, como disse o Padre “Inferno não existe”. Levantamos um exemplo apenas de como todas as esferas do tripé de nossa cultura está totalmente contaminada, corroída, implodida por dentro.
Concluo, dizendo, que devemos ter ciência de tudo, devemos esclarecer todas as possibilidades de pensamentos, para que as pessoas possam errar por escolha própria se for o caso, e acertar sempre que possível. Que as vendas negras do inimigo não prevaleçam sobre nós, que possamos construir nossa sociedade com alicerces firmes, e estruturas robustas, pois, quanto mais firmes e robustas mais próximas dos Céus estará tudo que edificarmos.





1.    Bento XVI, Discurso na visita ao Parlamento Federal no Palácio do Reichstag de Berlim, proferido no dia 22 de setembro de 2011. O discurso está disponível em< http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/speeches/2011/september/documents/hf_ben-xvi_spe_20110922_reichstag-berlin_po.html>. Acesso em 29/09/2016.



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